Música Amazônica – multicolorida e multifacetada como a própria floresta

Conversa entre Mestre Rui Barata e um conhecido músico da região, depois que o poeta assistiu a uma performance do artista: “- Você é de onde?”; “- De Santarém”, “- Ah, então está explicado: em Santarém quem não toca canta, quem não canta escreve, quem não escreve pinta, quem não pinta dança”.

É este veio artístico que caracteriza o nosso povo, desde que nossos ancestrais encheram de arte a região com a cerâmica tapajoara. A arte nossa de cada dia materializa-se na Pérola do Tapajós usando muitas cores, tons, materiais, estilos e estalos, mas acima de tudo ela se materializa em vida.

Vida em movimento é arte, vida que nos traz o sustento: pão, água e poesia. Mas também pode ser pintura, acordes, plasticidade, cerâmica tapajoara e magia. Repensar na arte nossa de cada dia, na matéria que se anuncia em suporte da cor que tinge e tange, rodopios das danças, das trama em tranças, de estilos e estalos… sons que tocam coração em notas riscadas no ar, de versos em diversos, e em tudo que se diga: é arte!

Desde há muito a magia da arte tem brindado Santarém com talentos de expressão e reconhecimento mundial por um lado e por outro lado, também com artistas que ‘arteando’ localmente, têm conseguido se tornar universais. No fundo, talvez a arte tapajoara, geométrica na sua forma ancestral, talvez seja a raiz da nossa tão latente e explícita veia artística que aflora em todas as ruas e praças e becos da cidade. De uma forma natural, talentos brotam na aldeia que passa, misturam-se e enchem-se de graça. Em cada canto do lugar, a vida é arte e a arte enfeita a vida.

Citando nomes do universo musical, facilmente temos uma longa lista que começa pelo maestro Wilson Fonseca, autor dos hinos clássicos de Santarém, o também maestro  Tinho, com sua contribuição de relevância na perpetuação da verve musical em santarém, através do ensino. Passando então à voz encantada do Machadinho, o violão mágico de Sebastião Tapajós acompanhado por uma orquestra de violões e cavacos formada por Djalma, Moacir, Derek, apenas para citar alguns mocorongos que dominam com maestria o instrumento.  Sim, claro, voltamos ao fio da meada dos músicos e compositores, para citar Beto Paixão, Nato Aguiar, Maria Lídia, Otacílio Amaral, João Otaviano, Samuel Lima, Zé Azevedo, Zé Maria, Andreson, Júnior, Silvan e outros tantos artistas que bebendo das raízes amazônicas na fonte, transformam palavras e melodias, em símbolos eternos da nossa cultura.

É importante realçar que as influências rítmicas amazônicas são fruto do caldeirão cultural que “cozeu” o Brasil: africanos, europeus de todas as cores e índios do continente sul-americano. O resultado é sentido nos ritmos tribais do carimbó, do lundu, do marambiré, das toadas das tribos de Juruti e dos bois de Parintins. Impossível se estar no meio do tribódromo em Juruti e não se sentir transportado para um tempo onde a floresta dos Deuses falava com os homens através de sons e de sonhos. Muito difícil também resistir ao ritmo sedutor do carimbó, transformado em paixão pelos movimentos da dança. Com certeza o carimbó foi inventado por algum boto solitário, em uma noite de lua cheia, quando em uma praia de areias brancas, as morenas exalavam o perfume do amor.

Falando de um outro aspecto, existe ainda a Santarém dos festivais, que outrora floresceu mais pujante e cheia de vida, mas que infelizmente, por motivos alheios ao desejo cultural latente na cidade, deixou de existir temporariamente. Foram muitas as canções e os artistas revelados e eternizados nos festivais musicais. No entanto, a bem da verdade, é de se ressaltar que outros cantos abriram seus encantos aos festivais, como é o caso de PortoTrombetas com o seu festival FECANOESTE que já vai na 11ª edição. Esta última edição do festival está marcada para acontecer no próximo mês de Novembro, em Santarém. Ao que se sabe, esta edição tem um número elevado de composições inscritas e, para nossa felicidade, parece que o tempo dos festivais vai recomeçar na Pérola.

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